
LOC.: Os efeitos positivos do acordo econômico entre os países do Mercosul e da União Europeia serão sentidos pelo Brasil em um prazo de até três anos. A avaliação é do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados.
TEC./SONORA: Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PSL-SP)
“Esse acordo vai começar a produzir seus resultados daqui a dois, três anos, porque precisa ar por um processo aqui, no Brasil, que se chama ‘internalização’. Ao ser aprovado pelo Congresso Nacional, o acordo começa a produzir os seus efeitos na economia.”
LOC.: Estimativas apresentadas no início de julho pelo Ministério da Economia apontam que o tratado comercial poderá trazer ganhos de R$ 500 bilhões em dez anos para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Para Eduardo Bolsonaro, o tratado tornará os produtos brasileiros mais competitivos.
TEC./SONORA: Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PSL-SP)
“Quando isso acontecer, o que vai ocorrer: para chegar na Europa, vários produtos brasileiros vão ter a sua alíquota reduzida, ou seja, o nosso produto, lá na Europa, vai ser mais competitivo, principalmente do nosso agronegócio.”
LOC.: O acordo que levou mais de 20 anos para ser costurado prevê a eliminação de tarifas em prazos que variam de 10 a 15 anos.
No caso da indústria, por exemplo, a União Europeia vai zerar suas tarifas em produtos do Mercosul em até 10 anos. Por outro lado, o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai vai liberalizar 91% de suas linhas tarifárias com os europeus.
Na agricultura, a UE prometeu zerar a tarifa para oito em cada 10 produtos (81,2) do Mercosul, que, por sua vez, deverá acabar com impostos para 67,4% dos produtos europeus.
O consultor em comércio internacional Welber Barral considera que o setor automobilístico também será um dos maiores beneficiados. Quando o acordo entrar em vigor, haverá redução da taxa de importações de 35% para 17,5%, com cota anual de 50 mil veículos para o Mercosul – mais da metade para o Brasil.
Sobre as críticas de que o Brasil e o Mercosul fizeram muitas concessões, o especialista ressaltou que esse tipo de acordo funciona como uma “via de mão dupla”.
TEC./SONORA: Welber Barral, consultor em comércio internacional
“Em todo acordo negociado, é preciso fazer concessão. O Mercosul, não só o Brasil, mas a Argentina, fez muitas concessões nos últimos anos, principalmente no último ano, para poder fechar o acordo. Apesar disso, eu diria que o acordo é relativamente equilibrado.”
LOC.: Assinado no último mês pelos dois blocos econômicos, o pacto ainda precisa ar por uma revisão jurídica de todos os países envolvidos. Em seguida, o documento será traduzido para todas as línguas, e, somente após esse processo, a redação poderá ser aprovada pelo parlamento de cada um dos 31 países pertencentes aos dois blocos.
Com a colaboração de Marquezan Araújo e João Paulo Machado, reportagem, Juliana Gonçalves