
LOC.: Neste 5 de junho, o mundo celebra mais uma edição do Dia Mundial do Meio Ambiente.Mas este ano, o alerta é direto: “O fim da poluição plástica global”. A escolha do tema reflete a urgência de combater um dos maiores desafios contemporâneos – o excesso de plástico descartável, responsável por dois terços de toda a produção global e por impactos devastadores na biodiversidade e na saúde humana.
Segundo a ONU, o mundo produz cerca de 460 milhões de toneladas de plástico por ano e esse número pode triplicar até 2060 se não houver mudanças estruturais. Cada brasileiro contribui com cerca de 16 kg de plástico por ano lançados ao mar. Uma quantidade que reflete o tamanho do país, explica Carlos Silva Filho, sócio da S2F Partners e membro da ONU para temas de resíduos.
TEC/SONORA: Carlos Silva Filho, sócio da S2F Partners e membro da ONU para temas de resíduos
“Em termos de plásticos a proporção segue essa mesma tendência. Nós temos na composição dos resíduos sólidos urbanos do Brasil, cerca de 15%, que justamente equivalem aos resíduos plásticos. Isso dá algo em torno de 13 milhões de toneladas por ano, colocando, sim, o país com uma geração considerável deste tipo de material”
LOC.: A crise vai além do lixo visível. Microplásticos, partículas com menos de 5 mm, já foram detectados em alimentos, água potável, ar e até no corpo humano – inclusive em sangue, pulmões e placenta, apontando riscos ainda desconhecidos à saúde. O que, para Silva Filho, traz preocupação já que ainda não é possível quantificar o tamanho deste problema.
Iniciativas como a Semana Lixo Zero ajudam a reduzir o plástico no mundo de forma prática e estratégica, principalmente por meio da educação ambiental, mudança de comportamento coletivo e pressão por políticas públicas e soluções empresariais mais sustentáveis.
TEC/SONORA: Carlos Silva Filho, sócio da S2F Partners e membro da ONU para temas de resíduos
“Nós precisamos buscar essa inspiração do que já existe e orientar uma transição para uma economia circular, de maneira efetiva, consistente e no longo prazo”
LOC.: Segundo a ONU, se nada mudar, o mundo deve consumir mais de 1 bilhão e 200 milhões de toneladas de plástico por ano até 2060. Desse total, 11 milhões de toneladas devem ir parar nos oceanos a cada ano, enquanto outras 13 milhões se acumulam no solo. O dado mais alarmante? Apenas 9% de todo o plástico produzido no planeta é reciclado.
Reportagem, Livia Braz