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Foto: Freepik
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Gasto Brasil ganha novas funcionalidades e revela a qualidade do gasto público nos estados e municípios

Nova versão da plataforma permite comparar gastos por habitante e identificar se estados e municípios estão aplicando bem os recursos públicos


A plataforma Gasto Brasil, lançada em abril, acaba de ser atualizada com funcionalidades que tornam mais fácil e preciso acompanhar como estados, municípios e a União aplicam o dinheiro público. A principal novidade é o de MAPAS, que permite visualizar, por município, o gasto por habitante com encargos sociais e investimentos, facilitando a comparação da qualidade do gasto público, e não apenas dos valores totais.

Idealizada pelo consultor Cláudio Queiroz, da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a ferramenta reúne dados de todas as esferas do governo, além do Banco Central e de empresas públicas não financeiras.

“É uma plataforma que ajuda a entender melhor onde e quanto o governo está gastando, e se esses gastos fazem sentido do ponto de vista da eficiência e do retorno à sociedade”, afirma Queiroz. “Ela está em constante evolução e caminha para medir a qualidade dos gastos dos entes públicos.”

detalhado por município

A nova versão da ferramenta ou a mostrar, em cada município, os quatro principais grupos de despesa:

  • Pessoal e encargos sociais
  • Investimentos
  • Inversões financeiras
  • Outras despesas correntes

Segundo Queiroz, “Ela [plataforma] cada dia vai migrar para ver a qualidade dos gastos do governo — para ver se o ente está gastando muito ou não e onde ele está gastando”.

“A nova funcionalidade, ao expor a qualidade dos gastos e não apenas o valor global, muitas vezes mostra que o município está gastando mal seus recursos”, detalha o consultor.

Indicadores

Com gráficos disponíveis desde fevereiro de 2018, o Gasto Brasil evidencia a distribuição de recursos públicos. Em boa parte dos municípios, observa-se crescimento contínuo das despesas com pessoal e previdência, enquanto os investimentos evoluem em ritmo bem menor.

“O Gasto Brasil surgiu com o intuito de trazer mais transparência sobre as despesas gerais da máquina do governo, e não de forma fragmentada”, diz Queiroz. A plataforma serve também como centro de pesquisa, permitindo consultas bimestrais sobre quem gasta mais e em que áreas.

Governo revê IOF e busca novas fontes de receita

Dados do Ministério da Fazenda mostram superávit primário de R$ 17,7 bilhões em abril e de R$ 72,3 bilhões no quadrimestre. As despesas, porém, permaneceram altas, totalizando R$ 194,9 bilhões em abril e R$ 716,9 bilhões no ano — queda real de 1,9% ante 2024, mas ainda expressivas.

Apesar do resultado fiscal positivo,  Cláudio Queiroz alerta: “o governo vem gastando sempre mais, prova disso é a busca incessante por mais fontes de receita”. O aumento do IOF, decretado no fim de maio e parcialmente revogado após pressão do setor produtivo, foi substituído por um novo pacote de arrecadação anunciado neste domingo (9). Entre as medidas estão:

  • taxação de 5% sobre rendimentos de LCIs e LCAs;
  • aumento do imposto sobre apostas esportivas;
  • mudanças na tributação de instituições financeiras.

Na avaliação de Queiroz, a necessidade de arrecadar mais evidencia problemas estruturais no gasto público. “As novas funcionalidades da plataforma deixam claro que o problema não está só na receita, mas na má alocação dos recursos. Gastamos muito e, muitas vezes, mal”, conclui.
 
 

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LOC.: A gente já sabe quanto o governo arrecada. Mas e o quanto ele gasta — e com o quê, exatamente? Uma nova plataforma ajuda a responder essas perguntas de forma mais clara: é o Gasto Brasil, ferramenta lançada em abril pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, a CACB em conjunto com a ACSP.
Quem explica melhor o que é essa plataforma é o consultor Cláudio Queiroz, que lidera o projeto.
 

TEC/SONORA: Cláudio Queiroz, criador do Gasto Brasil

“Trata-se de uma plataforma que não nos traz o déficit público, mas por onde conseguimos entender melhor as despesas. O quanto e onde os governos, estados e municípios estão gastando”
 


LOC.: O Gasto Brasil permite acompanhar os gastos públicos de forma segmentada — seja por cidade, estado ou pela União. Os dados vêm direto do Tesouro Nacional e incluem despesas com pessoal, previdência e encargos sociais. Mas a ferramenta ganhou uma nova funcionalidade que promete ajudar ainda mais na análise dos gastos.
 

TEC/SONORA: Cláudio Queiroz, criador do Gasto Brasil

“Se eu entrar em qualquer município é possível ver as quatro principais contas dele: despesas com pessoal e encargos, investimentos, inversões financeiras e outras despesas correntes”
 


LOC.: Segundo o criador, a plataforma não tem o intuito de apurar déficit ou superávit. Com esses dados, o usuário consegue ter uma noção mais clara sobre a qualidade do gasto público. A nova função, chamada MAPAS, mostra inclusive quanto cada município gasta por habitante em encargos sociais e quanto investe na mesma proporção.
 

TEC/SONORA: Cláudio Queiroz, criador do Gasto Brasil

“Ela cada dia vai migrar para ver a qualidade dos gastos do governo — para ver se ele está gastando muito ou não e onde ele está gastando”
 


LOC.: E mesmo com um superávit registrado nas contas públicas — R$ 17,7 bilhões só em abril, e mais de R$ 72 bilhões no acumulado do ano — o criador do Gasto Brasil alerta que o governo vem gastando sempre mais, prova disso é a busca incessante por mais fontes de receita.
Esse alerta ficou mais evidente nas últimas semanas. O aumento do IOF, decretado no fim de maio, gerou forte reação do setor produtivo e acabou sendo parcialmente revogado após reunião com líderes do governo.
Na tentativa de reforçar o caixa, a equipe econômica anunciou um novo pacote, com medidas como taxação de 5% sobre rendimentos de LCIs e LCAs; aumento de impostos sobre apostas esportivas e mudanças na tributação de instituições financeiras.
O Gasto Brasil está disponível para qualquer cidadão, gratuitamente. Basta ar o gastobrasil.com.br. Uma ferramenta simples que ajuda a entender melhor onde e como o seu dinheiro — o nosso dinheiro — está sendo aplicado.
 
Reportagem, Livia Braz