
LOC.: O setor elétrico brasileiro está vulnerável às mudanças climáticas. É o que aponta um estudo do grupo Coalizão Energia Limpa. A pesquisa não recomenda a inclusão de novas hidrelétricas na matriz energética brasileira, por causa da diminuição das chuvas em certas regiões do país, como o Nordeste.
Quando se fala em mudanças climáticas, a energia é um componente bastante importante, uma vez que a produção de gases de efeito estufa tem relação direta com o consumo de energia por meio da queima de combustíveis fósseis. Por esse motivo, a busca por mudanças nos hábitos de consumo, na economia e na forma como produzimos e consumimos energia se faz necessária, como explica o gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente, Ricardo Baitelo.
TEC./SONORA: Ricardo Baitelo, gerente de projetos do IEMA
“A gente vive uma era de emergência climática. Ainda estamos em tempo de tentar minimizar os piores impactos, ou seja, tentar reverter essa trajetória que é de aumento de consumo e produção de combustíveis fósseis para que o aquecimento do planeta no final desse século não seja, vamos dizer tão ruim. A gente precisa acelerar a transição energética para que a gente tenha fontes mais resilientes e também fontes que vão dar conta da demanda que o Brasil vai continuar tendo por energia”.
LOC.: Por outro lado, o estudo da Coalizão Energia Limpa aponta que o potencial da energia eólica aumentará, principalmente no litoral Norte-Nordeste, onde a ocorrência de vento em altas velocidades vai crescer. A mudança pode favorecer projetos de geração de energia eólica offshore, que é produzida pelo vento, por meio de aerogeradores instalados no mar.
Está em tramitação no Congresso o projeto de lei 576, que disciplina o aproveitamento de potencial energético offshore.
O deputado Lafayette de Andrada, do Republicanos de Minas Gerais, observa que é importante ter um marco regulatório da atividade, uma vez que, por ser produzida no mar, essa energia tem uma regulação diferente.
TEC./SONORA: Lafayette de Andrada, deputado federal (Republicanos-MG)
“O projeto 576/2021 procura justamente disciplinar o aproveitamento do potencial energético brasileiro offshore, ou seja, em alto mar. É importante disciplinar, porque o alto mar é um bem da união. E sendo bem da união é preciso haver uma legislação que regulamente. E é nesse sentido que vem do projeto de lei 576, ele busca é normatizar o aproveitamento de bens da união para transformação em energia e em empreendimentos offshore”
LOC.: Já aprovado no Senado, atualmente o projeto está em análise na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
Reportagem, Landara Lima